quarta-feira, 27 de abril de 2011

Fato De Bombeiro Inteligente Made In Portugal

Tecnologia. Desenvolver uma farda para combate ao fogo, com um sistema de monitorização dos seus sinais vitais e que emite em tempo real para o comando a posição no terreno e um alarme, em caso de perigo de vida, foi o desafio em que um grupo de portugueses decidiu lançar-se. O protótipo está feito.

Em dois anos pode estar disponível no mercado

Há quatro anos, a agência espacial europeia (ESA) abriu um concurso internacional para financiar investigação em tecnologia de satélites. Na YDreams "seguiu-se o brainstorming habitual nestes casos", como se lhe refere o jovem engenheiro informático Tiago Fonseca, daquela empresa de inovação, e para ESA seguiu uma proposta de desenvolvimento de um fato inteligente para bombeiros. A proposta foi aprovada e o protótipo está feito e testado no terreno com bom desempenho.
O I-Garment, como lhe chamaram, mobilizou, além de uma equipa da YDreams, que desenvolveu toda a parte de software, um grupo do Instituto de Telecomunicações (IT) da Universidade de Aveiro, que trabalhou justamente nas telecomunicações utilizadas no fato e o designer Miguel Rios. Tiago Fonseca coordenou o desenvolvimento do projecto.

Quatro anos e 200 mil euros depois, existem três protótipos, uma patente nacional registada e uma internacional a caminho. E "se tudo correr bem", conta Tiago Fonseca, "vamos avançar agora para um projecto de produção industrial e, dentro de dois anos, teremos fatos inteligentes nos cabides dos quartéis de bombeiros".



 

Combate aos fogos não ficará prejudicado apesar da crise, garante Governo.


"Não podemos ser indiferentes às dificuldades que o país atravessa e por isso fizemos um grande esforço de racionalização. Todavia, queria recordar que vamos não só dispor dos meios da EMA (Empresa de Meios Aéreos), que se têm revelado extraordinariamente eficazes, mas também de meios alugados", afirmou Rui Pereira, à margem do encerramento do 10º congresso da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais (ANBP).

O presidente da Proteção Civil, Arnaldo Cruz, admitiu recentemente cortes na ordem dos 20 por cento para o combate aos incêndios florestais, com destaque nos meios aéreos habitualmente disponibilizados, mas assegurou estarem reunidas as condições para erguer um dispositivo igualmente eficaz este ano.

Já Rui Pereira recordou que, a 7 de abril, o Conselho de Ministros aprovou uma despesa de 12,9 milhões de euros para a aquisição de serviços de disponibilização e aluguer de meios aéreos destinados ao combate aos incêndios florestais.

O ministro referiu ainda que o combate aos incêndios faz-se também através de outros meios, como viaturas terrestres, mas sobretudo os
"10 mil homens e mulheres dispostos a dar o seu melhor na fase mais complicada (fase Charlie)".
Sobre a conclusão a que chegou o congresso da ANBP da necessidade de mais efetivos nos bombeiros profissionais, o governante afirmou que concorda que é "necessário elevar o número de elementos profissionais na proteção civil", já que a proteção civil é "uma missão de soberania no âmbito administração interna e um direito fundamental dos portugueses que não podemos descurar".